Reportagem da TV Globo sobre o JCC Teófilo Otoni
Onde tem jovens, pode saber, tem descontração. Mas quando o assunto é política, aí o comportamento deles muda. É momento de levar um papo cabeça, como eles gostam de dizer. O policial militar vira professor, mais do que isso, passa a ser um amigo. E os alunos, cidadãos.
Eleições, cidadania, voto. Temas repassados pelo policial que despertam a curiosidade da turma. Luana Lopes, assim como os outros, se interessa pelo assunto. A estudante fez 16 anos esta semana. Sabe que não é obrigada a ir às urnas. O voto dela, por lei, é facultativo. Em outubro votará pela primeira vez.
Um assunto que parece estar fora do vocabulário desses estudantes. Mas ao contrário do que eles ouvem por aí, política é para ser discutida, e muito.
Todos os alunos que citamos são da Escola Estadual Professor Patrício Ferreira Gomes, no bairro Bela Vista, em Teófilo Otoni. Fazem parte do programa "Jovens Construindo a Cidadania". As ações não estão concentradas apenas em sala de aula. Os alunos também participam de atividades escolares, como por exemplo, a organização de festas juninas. Ajudam a ornamentar todo o espaço da instituição.
O programa "Jovens Construindo a Cidadania", foi implantado em Teófilo Otoni pela polícia militar, em abril de 2009. A origem é norte-americana. Em 1979, lá nos Estados Unidos, uma jovem de 12 anos sofreu violência sexual. O caso repercutiu. Indignado, um grupo de pessoas se uniu e criou o "Jovens Contra o Crime".
O programa também é realizado em outra escola da cidade. Ajudou a reduzir o envolvimento de jovens com a criminalidade. Uma estudante aceitou conversar com nossa equipe, mas sem mostrar o rosto. Ela já foi vítima das drogas. Diz que nunca usou, mas conta que trazia entorpecente para dentro da escola. Por causa disso, foi parar numa delegacia.
Mas isso é passado. Diz que após ter conhecido o JCC, as coisas mudaram.
O JCC (Jovens Construindo a Cidadania), exerce a função de alertar os estudantes a levarem uma vida longe do mundo da criminalidade. Os alunos passam a ser multiplicadores de coisas boas, dentro e fora da escola.
